Na vida de todos nós existe o certo e o errado. O certo é tudo aquilo que nos completa, que nos faz feliz da maneira mais simples e correta, enquanto o errado é tudo aquilo que nós dá medo, incertezas, acelera o coração e nos dá adrenalina. Depois de tantos errados, tantos choros, machucados e cicatrizes, eu encontrei o certo. Mas assim como os tambores de Jumanji, algo errado me chamava. A cada ''tum, tum'' eu tremia. Meu errado agora tinha um nome: você. Além de nome tinha também rosto, aquele sorriso torto e cafajeste, aqueles olhos que me prendiam. Quanto mais perto você chegava, mais alto os tambores tocavam, e dentro de mim vinha o medo daquele barulho tomar conta do meu ser, de cair no abismo do escuro dos seus olhos. Você me chamava pra jogar mais uma partida e eu simplesmente adiava, esperando nunca dar game over, não conseguia entender, eu tinha tudo, tudo do mais certo e ainda assim o errado vinha atrás de mim. O mais estranho é que mesmo acertando, eu queria errar, eu queria jogar aquele jogo mais uma vez, sem medo nenhum. Era um erro como todos os outros, que eu já estava mais do que cansada de cometer, mas esse tinha algo de diferente, havia em você um brilho a mais, que me encantava e me chamava, como o canto da sereia, pronta para devorar mais um marinheiro...
Nunca li "50 Tons de Cinza", mas sei bem do que se trata: a paixão da mulher moderna em um cara que a domina por força, poder e sexo. Milhares de mulheres que leram o livro suspiram loucamente ao ouvir o nome ''Christian Grey". Eu confesso pra vocês: tenho meu próprio Sr. Grey, que usa dos maiores artifícios para me controlar. Não há tapas, socos, chicotes, nada disso... Ele tem em suas mãos a mais poderosa arma contra mim, e assim me controla com tudo o que sinto por ele, e eu, serva dos meus sentimentos, me submeto ao que for, apenas para fazê-lo feliz. Acho que na vida todos somos e temos um Christian Grey, só que ninguém percebe isso. Fantasiamos com histórias de alguém perfeito, rico e poderoso que nos dominará apenas com um olhar e enquanto imaginamos isso, estamos de mãos e pés atados, sendo reféns da coisa mais poderosa que existe: os sentimentos.
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