Todas as noites eu penso como é a vida, como sabemos se fomos feitos um para o outro? Com você eu me sinto completa, sem precisar de mais nada, as palavras não precisam fazer sentido quando estou com você, o tempo em que não falo com você é uma tortura para mim. Como poderemos ficar juntos? Como encurtar essa distância entre nós dois? Tudo o que eu queria era correr para os seus braços e não sair nunca mais, ouvir sua doce voz me falar tudo aquilo que eu quero ouvir, olhar nos seus olhos e me enxergar dessa forma que só você me vê. Nessa nossa forma de amor.
Nem sei quanto tempo fiquei lá. Até hoje, não sei nem dizer se esse tempo todo passei dormindo ou sonhando acordada. Tudo acontecia lentamente e eu ainda não sabia dizer se era real. Meus movimentos milimetricamente projetados, robóticos, repetitivos me levavam a lugar nenhum. Meus pensamentos estavam lá, mas nada parecia tomar forma ou muito menos fazer sentido, aqui fora. Aquela sensação de que eu estava me vendo dormir, fora do meu corpo, me acompanhava 24 horas por dia. Eu não sentia nada, não fazia nada. Eu só estava ali, inerte, habitando um corpo vivo sem vida.
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