Eu nunca me considerei normal, desde pequena eu já apresentava sintomas de loucura. Nunca fui diagnosticada, também nunca fiz exames ou testes que comprovassem tal fato, mas eu sentia que eu não pertencia e não me encaixava em lugar nenhum, nem dentro de mim. Como um dia C.S. Lewis citou: ''Você não tem uma alma, você é a alma. Você tem um corpo''. O que passava na minha cabeça era apenas que eu estava no corpo errado, na vida errada, na época errada talvez. Tudo à minha volta parecia errado e desde cedo eu demonstrava que sentia isso. Tive dificuldade de aprender das mais simples coisas, mas era inevitável, nada disso entrava na minha mente. Eu carregava comigo o maior fardo da minha vida: a minha existência. Lutei a cada minuto da minha vida tentando entender porque eu era assim e porque as coisas funcionavam do jeito que eram e como era possível eu não concordar com nada disso e ainda assim estar nesse mundo. Será que era possível que por um erro cósmico minha alma tinha errado o endereço? Será que na verdade eu não era a Nadine? Ou que eu era a Nadine, mas não essa Nadine? Mistérios desse mundo que nunca saberemos, apenas levamos a vida e seguimos adiante, fazendo o que podemos não é?
Por me achar tão errada, vivi todos esses 21 anos em um mundo próprio, com o que eu pensava, com o que eu achava certo, ou que pelo menos se encaixava pra mim. 21 anos na companhia do meu eu, apenas. Tentei com que várias pessoas se aproximassem e que conhecessem esse mundo que eu tinha aqui, mas nenhuma ficou o suficiente, eu espantava as pessoas à minha volta e o fazia involuntariamente. Sempre que eu fazia alguém entrar na minha bolha, ela estourava com o peso das obrigações diárias da convivência humana e eu acabava fazendo outra bolha, só pra mim, e de longe observava a vida das pessoas que eu conhecia em um mundo que eu não entendia. Como eu invejava suas capacidades de fazer amigos, de manterem amores e de seguirem a vida sem se importar demais com o que acontecia à sua volta. Eu queria ser assim, despreocupada, solta, sorridente.
Reparei que eu nunca terminei algo de fato, as pessoas podiam ir embora da minha vida, mas na minha mente elas nunca partiam e eu continuava a história sozinha, inventava um final pra todos, feliz ou não, mas nunca as deixava ir embora de verdade e notei que não estava gorda, mas que era o peso da vida em mim. Eu precisava dar um basta em tudo, tirar de mim tudo aquilo que não importava mais, dar adeus à quem já estava mais do que fora do meu alcance, do meu campo de visão, abrir as janelas e portas para arejar e deixar alguém entrar. Eu estava aprisionada e apenas eu podia me libertar. Calmamente, terminei de escrever cada história e estourei a minha bolha. Segui em frente com caneta e papel na mão, pronta pra começar novas histórias e preparada pra dar o ponto final quando fosse o momento.
Por me achar tão errada, vivi todos esses 21 anos em um mundo próprio, com o que eu pensava, com o que eu achava certo, ou que pelo menos se encaixava pra mim. 21 anos na companhia do meu eu, apenas. Tentei com que várias pessoas se aproximassem e que conhecessem esse mundo que eu tinha aqui, mas nenhuma ficou o suficiente, eu espantava as pessoas à minha volta e o fazia involuntariamente. Sempre que eu fazia alguém entrar na minha bolha, ela estourava com o peso das obrigações diárias da convivência humana e eu acabava fazendo outra bolha, só pra mim, e de longe observava a vida das pessoas que eu conhecia em um mundo que eu não entendia. Como eu invejava suas capacidades de fazer amigos, de manterem amores e de seguirem a vida sem se importar demais com o que acontecia à sua volta. Eu queria ser assim, despreocupada, solta, sorridente.
Reparei que eu nunca terminei algo de fato, as pessoas podiam ir embora da minha vida, mas na minha mente elas nunca partiam e eu continuava a história sozinha, inventava um final pra todos, feliz ou não, mas nunca as deixava ir embora de verdade e notei que não estava gorda, mas que era o peso da vida em mim. Eu precisava dar um basta em tudo, tirar de mim tudo aquilo que não importava mais, dar adeus à quem já estava mais do que fora do meu alcance, do meu campo de visão, abrir as janelas e portas para arejar e deixar alguém entrar. Eu estava aprisionada e apenas eu podia me libertar. Calmamente, terminei de escrever cada história e estourei a minha bolha. Segui em frente com caneta e papel na mão, pronta pra começar novas histórias e preparada pra dar o ponto final quando fosse o momento.
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