Ah, a saudade... Ela não foi feita pra poesia, pra canção, pra história ou pra aquele romance da sessão da tarde. Saudade foi feita pra doer. Socar seu estômago e te fazer vomitar as tripas. Te deixar de olho roxo. A cada momento que você olhar pra trás, um golpe diferente. A cada lágrima derramada, um nocaute. A cada dia que você passa sangrando, derrubada dentro desse ringue, você analisa seu oponente, suas falhas, seus erros. E o gosto amargo dessa derrota vai virando uma doce lembrança. Apesar de apanhar, você percebe que cada luta perdida é uma vitória. As feridas fecham. Os hematomas somem. A saudade se acomoda. Restam apenas cicatrizes. Que com o tempo se misturam com a cor da pele. E um dia, você vence. Um dia. Mas não agora. Por enquanto, a minha maior vitória, foram meus momentos com você. Por isso ainda apanho.
Nunca li "50 Tons de Cinza", mas sei bem do que se trata: a paixão da mulher moderna em um cara que a domina por força, poder e sexo. Milhares de mulheres que leram o livro suspiram loucamente ao ouvir o nome ''Christian Grey". Eu confesso pra vocês: tenho meu próprio Sr. Grey, que usa dos maiores artifícios para me controlar. Não há tapas, socos, chicotes, nada disso... Ele tem em suas mãos a mais poderosa arma contra mim, e assim me controla com tudo o que sinto por ele, e eu, serva dos meus sentimentos, me submeto ao que for, apenas para fazê-lo feliz. Acho que na vida todos somos e temos um Christian Grey, só que ninguém percebe isso. Fantasiamos com histórias de alguém perfeito, rico e poderoso que nos dominará apenas com um olhar e enquanto imaginamos isso, estamos de mãos e pés atados, sendo reféns da coisa mais poderosa que existe: os sentimentos.
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