Nessa madrugada fria carioca, eu vim fazer uma declaração. É uma declaração que não pode ser classificada. É de amor, é de bens, é de imposto, de tudo. Declaro aqui que te amo, que você é meu bem e que pagamos todo dia com amor e recebemos em troca o montante correspondente ao que demos. Afinal, é assim que relacionamentos funcionam não é?
Meu amor: declaro aqui tudo o que eu sinto. Sei que você reclama de eu não conversar contigo e que saio escrevendo naturalmente sobre tudo por aí. Me desculpe, mas na minha garganta faltam as palavras. Aprendi muito bem na escola a escrever, mas a falar quem aprendeu foram os meus dedos.
Temos passado por tanta coisa não é? E pra tão pouco tempo de relacionamento seria o suficiente pra qualquer casal desistir totalmente de tal união, mas não somos qualquer casal. Somos eu e você, os não-desistentes, e isso é uma promessa que fizemos não é mesmo? Algo que você nem lembrava e que eu te fiz lembrar, te fiz voltar e consertar seus erros. Olha meu amor, eu sei que você errou e sei que eu errei também, nós entramos nesse barco juntos e furado ou não, não me importo. Não quero remar à toa e muito menos quero naufragar, quero pular na água direto e sair nadando por aí contigo enfrentando as ondas e tubarões, o sol escaldante na cabeça, a água salgada nos olhos e na boca, o cansaço, a fadiga, até achar uma ilha deserta, e por lá ficar com você, descansando a cabeça, olhando toda a beleza da paisagem à nossa volta e vendo que todo aquele cansaço valeu a pena. Que cada braçada, que aquele gosto da água salgada em meus lábios, que não vinha apenas do mar, não foram à toa. Eu sabia que não era em vão, algo me dizia que havia mais a ser conquistado, desbravado por aquelas terras.
Então eu fiz o que devia fazer, segurei a sua mão e adentrei a selva.
Então eu fiz o que devia fazer, segurei a sua mão e adentrei a selva.
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