''Você é a solução de todos os meus poemas'', já dizia Antônio. E essa frase nunca me fez tanto sentindo quanto faz agora. Todos os meus poemas eu escrevi pra você. Ambos sabemos disso, mas ainda assim ignoramos os fatos. Tudo aconteceu tão rápido... As conversas, os carinhos, os beijos. Agora estamos estagnados aqui, presos com esses fatos, apenas ignorando. Mas não posso mais esconder: você é o protagonista das minhas histórias, você é a rima dos poemas. Cada estrofe, cada verso é você. Não posso te dar o mundo, tudo o que eu tenho a oferecer são textos e histórias loucas sobre minha vida, onde você é o protagonista. Já posso escrever o final?
Nem sei quanto tempo fiquei lá. Até hoje, não sei nem dizer se esse tempo todo passei dormindo ou sonhando acordada. Tudo acontecia lentamente e eu ainda não sabia dizer se era real. Meus movimentos milimetricamente projetados, robóticos, repetitivos me levavam a lugar nenhum. Meus pensamentos estavam lá, mas nada parecia tomar forma ou muito menos fazer sentido, aqui fora. Aquela sensação de que eu estava me vendo dormir, fora do meu corpo, me acompanhava 24 horas por dia. Eu não sentia nada, não fazia nada. Eu só estava ali, inerte, habitando um corpo vivo sem vida.
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