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Pai.

Desde pequena fui sua fã. Me interessava por tudo que te interessava, tentava ser sua seguidora, ser como você, tão grandiosa quanto você. Tentei inúmeras vezes ser seu orgulho maior, a sua garotinha. Me lembro como se fosse ontem quando eu fiz aquele desenho todo pontilhado, e minha mãe disse que você ia se orgulhar tanto de mim porque adorava aquele tipo de desenho e eu me senti tão feliz com aquilo, de que você iria sentir orgulho de mim. Infelizmente eu cresci e não fui nada do que você esperava. Virei a ovelha negra, a rebelde da família. Cresci cada vez mais afastada de você e por muitas vezes toda a grandeza que eu via em você se tornava medo em mim. Eu fui um fracasso como filha, eu sei. Tantas chamadas na escola, tantas reprovações, faltas, má comportamento, tanta coisa ruim.. E tudo que eu queria era que você conversasse comigo, mas  a cada fim de semana seu silêncio era maior que tudo e a distância entre nós só crescia. E então parei pra pensar que eu sou uma completa estranha pra você. Eu sei de tudo que você gosta, pois cresci gostando das mesmas coisas, pra ser como você. Sei de tudo o que você faz. Sei suas manias e seu jeito avoado de ser, afinal, sou igualzinha! Mas o que você sabe sobre mim? Não consigo me lembrar da última vez que conversamos. Não sei nem se você sabe minha cor favorita ou minha comida favorita. Não sei nem se você sabe qual era a minha boneca favorita na infância. Às vezes parece até que você esquece que eu moro com você, esquece de comprar comida, shampoo, água... Eu te amo pai, mas preciso que você lembre que eu estou aqui, na sala ao lado...

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Califórnia

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