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Mostrando postagens de novembro, 2013

Impossível não lembrar de você...

" Escrevo também para saber como foi o seu dia – se você chorou esta manhã, se você acordou um pouco mais tarde do que o costume, ou se, mais cedo, você fumou um maço inteiro tentando se acalmar e esquecer por um breve momento as confissões e as confusões do seu mundo, como de costume. Escrevo também para saber como foi a sua noite – se você conseguiu dormir e sonhar e me ver, por pouco tempo que seja, nessas imagens pensadas, nessas imagens prensadas e intocáveis, tocadas apenas pela capacidade de sonhar, mas que ao despertarem serão apenas o que são: lembranças sonhadas. Escrevo ainda para saber quais são os seus medos e a quem você assusta, quais são os seus desejos e por quem você se ajoelha, quais são suas verdades e a quem você se permite mentir. E, como se não bastasse, escrevo para saber se você me encaixa no seu tempo, mesmo sabendo que o amor é um temporal atemporal que faz chover e tremer e molhar e, mesmo assim, os esperançosos amantes conseguem enxergar – talvez pela

Sol e Chuva?

E lá fora chovia. Todos aqueles belos dias de céu azul foram substituídos pela negras nuvens que choram suas lágrimas geladas em cima de todos. E aqui dentro, chovia. Das mais quentes gotas de oceano, salgadas e tristes. O mundo andava triste. Fechei janelas e portas, não deixei mais nada entrar e nem sair. A escuridão que fazia lá fora não me era suficiente, então fechei as cortinas também. Iria viver de poesia, água e dor. Era tudo o que eu precisava naquele momento. Então me lembrei que havia um motivo pra lá fora não ser escuro o suficiente pra mim... Porque por trás das nuvens, o sol ainda brilhava, todos os dias. Então fechei os olhos e abri as cortinas, senti a claridade batendo em mim. Quando senti coragem, escancarei as janelas e senti a brisa, o cheiro de terra molhada, ao acordei do meu transe, vi lá fora o dia mais bonito de todos. E aqui dentro também.

Exatamente como estou me sentindo agora...

”Há um motivo para dizer que eu seria mais feliz sozinha. Não foi porque eu pensei que seria mais feliz sozinha. Foi porque eu pensei que se eu amasse alguém… E depois acabasse… Talvez eu não conseguisse sobreviver. É mais fácil ficar sozinho. Porque, e se você descobrir que precisa de amor? E depois você não o tem. E se você gostar? E depender dele? E se você modelar a sua vida em torno dele? E então… Ele acaba. Você consegue sobreviver a essa dor? Perder um amor é como perder um órgão. É como morrer. A única diferença é… A morte termina. Isso… Pode continuar para sempre.” (Grey's Anatomy) 
Durante longos dias eu evitei escrever, tentei manter todos os sentimentos e toda a dor dentro de mim. Mas não havia apenas isso, haviam as vozes também. E elas se alimentavam de tudo aquilo que eu mantive por dentro essas semanas, cada vez mais fortes, eu as escutava em alto e bom tom. Elas me pediam mais, muito mais. Eu havia alimentado as feras e se as deixasse com fome, elas me comeriam viva. E então eu me machuco, tiro cada pedaço de mim para dar à elas. Eu criava mais tristeza apenas para servir de alimento para as feras, e estava transformando elas em minhas amigas, me tornando também em uma delas e me alimentando daqueles sentimentos ruins. Então decidi caminhar sozinha, e deixar aquelas feras morrerem de fome dentro de mim. Apenas eu poderia me alimentar da minha tristeza, embora eu também quisesse morrer de fome. Eu queria me alimentar apenas do sol, sem  expectativas  e sem caídas. Quero ficar com os pés no chão, na minha loucura.  Às vezes, eu questiono minha sanidade. Ocas