Talvez era isso, ele deu à ela um gostinho de um novo amor, um amor simples, puro e que combinava em todos os sentidos. Os dois não se completavam, de forma alguma, já estavam completos, mas eles se complementavam. Um era a continuação do outro. O que veio para os dois era intenso demais, não sei se era amor, se era paixão, atração, mas veio como um fogo. A chama não se apagou, mas a vela derreteu e agora, o fogo não tem onde se manter. Ele insistiu em apagar a chama, assoprou e ela ficou no escuro, no frio, na presença de todos os seus monstros e demônios pessoais. E agora?
Nem sei quanto tempo fiquei lá. Até hoje, não sei nem dizer se esse tempo todo passei dormindo ou sonhando acordada. Tudo acontecia lentamente e eu ainda não sabia dizer se era real. Meus movimentos milimetricamente projetados, robóticos, repetitivos me levavam a lugar nenhum. Meus pensamentos estavam lá, mas nada parecia tomar forma ou muito menos fazer sentido, aqui fora. Aquela sensação de que eu estava me vendo dormir, fora do meu corpo, me acompanhava 24 horas por dia. Eu não sentia nada, não fazia nada. Eu só estava ali, inerte, habitando um corpo vivo sem vida.
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