Ontem na aula enquanto eu passava a limpo a matéria, eu deixei cair poeira de borracha no meu colo, e ao limpar, fiquei 5 minutos tentando tirar uma poeirinha que não saía de modo algum da minha perna, até notar que aquilo era um pinta. Ri sozinha pela minha cegueira e imbecilidade, e constatei que nunca havia notado que eu tinha aquela marca. Isso me fez pensar em como o tempo nos deixa marcas que nem reparamos e que o tempo cura as feridas sim, mas deixa as cicatrizes para manter a lembrança. Quem sabe quando aquela pinta surgiu na minha perna? Será que foi em um verão quando partiram meu coração ou em um verão calmo que fiquei em casa brincando no quintal? Cada arranhão, pinta, ruga, linha e pelo do seu corpo conta uma história, talvez um parágrafo ou um capítulo inteiro da nossa vida, e nos mostra em como o tempo passa e a gente nem vê. Ontem eu tinha 15 anos, uma festa de debutante, aparelho nos dentes, dois namoradinhos e milhares de sonhos. Hoje eu tenho 21 anos, trabalho, conta
Minha própria loucura, minha válvula de escape.